Quando ouvimos o termo de pubalgia, pensamos em dor na região púbica e principalmente em futebol. De facto, esta patologia afecta futebolistas e corredores de fundo sendo uma inflamação da sinfise púbica, a articulação mediana dos dois ossos púbicos direito e esquerdo situada na parte anterior.
Alguns números : 10% dos jogadores do râguebi e 12% no futebol. Antigamente considerada como reservada aos atletas desgastado por os anos de carreira, atinge hoje os homens de menos de 30 anos submetidos à treinos intensivos.
De forma simples, a pubalgia consiste num desequilíbrio entre um sistema muscular quadricipital e adutor demasiado desenvolvido para um quadro abdominal em défice.
Este desequilíbrio provoca constrangimentos importantes durante a corrida criando um cisalhamento ao nível da púbis, desencadeando dores nas acelerações, desacelerações ou remate na bola.
Esta afecção manifesta-se por uma dor localizada na região púbica, na virilha ou na face interior das coxas, aparecendo progressivamente apôs um esforço para se tornar bloqueante e permanente ou surgindo bruscamente com sensação de ruptura muscular.
Contudo, a pubalgia é erradamente considerada como a síndrome da região púbica, sendo que essa zona anatómica apresenta 3 tipos de afecções :
– pubalgia parietal abdominal do atleta : maioritariamente nos futebolistas de menos de 30 anos mas também em outros desportos como a esgrima, râguebi, equitação, atletismo, artes marciais. Nasce de um desequilíbrio entre abdominais e adutores que são geralmente demasiadamente desenvolvidos : a insuficiência abdominal fragiliza a estabilidade púbica (uma articulação normalmente pouco móvel) e favorece os movimentos de cisalhamento criando dor. Os esforços abruptos de remate efectuam-se numa preferencial e amplificam o desequilíbrio.
– osteo-artropatia : corresponde à uma inflamação óssea (periosteo) devida à uma compensação de perna curta, anomalia de crescimento ou nascimento. A dor localiza-se centralmente ao nível da púbis aumentando palpação.
– tendinite dos adutores : situada na inserção dos músculos no osso ( tendinite de inserção) ou ao nível do tendão (verdadeira tendinite) ou na junção entre tendão e musculo (veja o artigo sobre o tratamento de tendinites)
Como a osteopatia pode intervir na sua pubalgia ?
A osteopatia é uma medicina manual que visa à equilibrar as estruturas internas utilizando um toque de grande fineza. O objectivo do osteopata e de tratar a causa do disfuncionamento em vez de se concentrar no desaparecimento da dor que são apenas a consequência da disfunção. O osteopata ajudara à diagnosticar as causas reais da sua pubalgia através de uma série de perguntas e de testes de mobilidade para assegurar uma resposta personalizada com um leque de técnicas manipulativas.
A osteopatia completa o tratamento proposto pelo médico, em complementaridade com a fisioterapia mas não o substitui.
Existe alguma contra-indicação em consultar um osteopata num caso de pubagia ?
Não existe nenhuma contra-indicação à osteopatia no tratamento da pubalgia, isso qualquer seja a intensidade da dor.
Porém, um interrogatório estrito e uma anamnèse rigorosa asseguraram que a sua dor provem de uma pubalgia e será ao termo desse diagnostico que iniciara o tratamento.
Em certos casos, a dor púbica poderá ter origens diferentes : tumoral, infecciosa, traumática … necessitando uma reorientação para o seu médico de clínica geral ou especialista.
Sem tentar diagnosticar com estas poucos linhas, quando :
– tiver sofrido um traumatismo frequente (risco de fractura)
– ressentir febre ou fadiga intensa
– dor aos espirros ou à defecação (hérnia discal)
– sensação de uma massa na zona inguinal, na fossa da virilha (hérnia inguinal)
– diminuição de força na perna atingida (ruptura muscular ou patologia neuromuscular)
à Consulte o seu médico em primeira intenção.
A prevenção :
O tratamento da pubalgia é um tratamento longo, deixando o atleta fora de contexto competitivo. De facto, a medicina desportiva consiste em diminuir os riscos de lesão : a pré-época é fundamental para a diminuição de riscos.
Posto isto, incentivo o seguimento de uma preparação física generalizada e continua para limitar as recidivas.
A preparação física deve comportar exercícios de reforço dos músculos abdominais, estabilizando a bacia e favorecendo uma ancoragem sólida aos músculos da coxa.
Os alongamentos dos adutores são essenciais em inicio e final de treino, com estiramento dinâmicos de tipo balancetes, deslocamentos laterais e trabalho com bola de intensidade crescente.
Será também recomendado a pratica de footing em terrenos moles para diminuir as micro ondas na sinfise púbica.
Mas será que a sua pubalgia é apenas um desequilíbrio músculo-esquelético?
Bem, este é sem duvida o meu tema preferido : nos diversos artigos que encontrara pelo site, nomeadamente sobre a influencia do sistema dentário e da articulação temporo-mandibular na dores de costas, percebera que de facto o nosso organismo é regido pelo equilíbrio geral. Ou seja, uma alteração da oclusão dentaria terá um efeito compensatório na região púbica. Mas isto também é valido em sequelas ou instabilidade de uma entorse de tornozelo ou de uma alteração anatómica do joelho.
Aqui, os exemplos poderiam ser numerosos, desde o quadro esquelético ao sistema digestivo porque o objectivo é tratar um atleta e nao uma patologia.
Nota : A Osteopatia não se substitui à consulta do seu médico e ao uso de medicamentos
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