CRURALGIA E OSTEOPATIA

O que é uma cruralgia ?

A cruralgia é uma dor nervosa que a osteopatia trata libertando os músculos e outras estruturas à origem da compressão do nervo crural (antigamente nervo femoral, ou seja do fémur). É uma patologia similar à nevralgia cervico braquial, à ciática ou à nevralgia de Arnold.

A dor nervosa que atinge a parte externa da anca, a virilha e a face anterior da coxa é devida à uma compressão ou à uma irritação nervosa, aumentando à tosse, defecação e de forma geral em posição sentada. Também, pode ser acompanhada de parestesias (formigueiro e perda de sensibilidade) ao nível dos membros inferiores e de diminuição de força muscular. 

Osteopatia e cruralgia : 

Tanto para um osteopata, como para um médico convencional, a cruralgia é devida à irritação ou compressão do nervo crural. Difere o raciocínio na abordagem de origem da compressão, cuja para osteopata é provocada por uma disfunção em amonte e a dor simplesmente uma consequência ou a resposta funcional da dor. E isto é algo de recorrente no corpo humano, as dores referidas ou a localização dos sintomas não correspondem à uma lesão local. 

 Pesquisar a origem da cruralgia : 

O osteopata dispõe de vários elementos :

–          a anamnese : interrogatório praticado em inicio de consulta 

–         os exames complementares : electromiograma, ressonância magnética, TC ….

–          o exame clínico praticado em consultório : testes de extensão ( Lasègue invertido), teste de reflexo rotuliano (percussão com martelo provocando um flexão involuntária e automática do joelho), testes osteopáticos.

Interpretação dos resultados : 

Se o diagnostico não estava efectuado, com a anamnese o osteopata poderá desde ja indicar que se trata de uma cruralgia. As dores indicadas pelo paciente orientaram sobre a provável origem do bloqueio.

Por exemplo, se a dor se situar à parte externa do glúteo, à parte anterior da coxa e/ou à face interna do joelho, será a raiz L3 do nervo crural que estará implicada. No caso da raiz L4, as dores serão repartidas no glúteo, na parte externa da coxa, acima do joelho até à parte superior do pé.

Todos os elementos fornecidos pelo paciente têm a sua importância. Se o paciente sofrer de obstipação, tratar o cólon descendente será necessário para levantar eventuais compressões exercendo-se sobre os nervos. Da mesma forma, este tipo de transtorno digestivo reflecte-se nas vértebras lombares, cuja mobilidade deve ser restituída.

Os exames médicos, quando presentes, permitem de objectivar o ressentido pelo paciente mas por vezes são pobre em informação; no entanto informam o osteopata sobre a fisionomia dos tecidos. Os testes ostéopaticos, sejam eles estruturais, funcionais, cranianos ou viscerais, determinam de forma palpável as zonas ao corrigir.

Tratamento osteopático da cruralgia

O tratamento baseia-se na libertação das zonas de compressão situadas à origem do nervo tanto como no conjunto de estruturas susceptíveis de o comprimir no seu trajecto.  

Ao nível lombar :

O tratamento consiste na devolução da mobilidade às vértebras L2/L3/L4 onde emerge o nervo crural, não sendo a hérnia discal uma contra-indicação ao tratamento.

Em casos de artrose, corrigir o equilíbrio postural para limitar as suas consequências.

Menos graves,  mas invalidantes, as lesões osteopáticas lombares devem ser tratadas, nomeadamente as vértebras em rotação e inclinação. 

O tratamento vertebral pode ser uma manipulação estrutural ou uma técnica funcional.

A notar que o musculo psoas é frequentemente implicado nas cruralgias, requerendo uma abordagem via as lombares nas quais se insere ou via o abdómen ao nível das fossas ilíacas ( em baixo e lateralmente em relação ao umbigo).


Ao nível da pequena bacia

Certos órgãos situados à proximidade do nervo crural podem ser responsáveis por essa compressão. É o caso do cólon descendente (sigmóide) que devera ser trabalhado em prioridade em caso de cruralgia esquerda e o cólon ascendente (cécum) em caso de cruralgia direita.

À proximidade destas duas zonas, o musculo psoas com espasmos será alvo de estiramento muscular ou tratado por pontos de inibição, exercendo um pressão importante no ponto preciso que provoca seu relaxamento.

Como no caso da ciática,  , torna-se fundamental devolver a mobilidade ao conjunto da bacia.

Ao nível dos membros inferiores 

O nervo crural pode ser trabalhado directamente nos membros inferiores via técnicas funcionais leves destinadas à restituir a mobilidade fascial, descontraindo as estruturas musculares e liga mentares e relaxando a pressão exercida sobre o nervo.

No resto do corpo

A osteopatia baseia-se na estreita ligação entre todas as estruturas do nosso organismo. Por isso, tudo que é susceptível de interferir directamente ou indirectamente na  cruralgia deve ser considerado : por exemplo, a esfera craniana em relação com sacro e as vértebras lombares via as membranas de tensão recíproca ou a zona cervical interligada com as lombares.

Nota : A Osteopatia não se substitui à consulta do seu médico e ao uso de medicamentos

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